terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tarde de verão

Educamos nossas crianças não para a descoberta de si mesmas mas para a descoberta de si a partir da mediação com os objetos e as pessoas ao seu redor. Nunca o eu é enfocado. O interior se torna um borrão e passa a ser tão desconhecido quanto um estrangeiro em outro país. As experiências vão passando mas não conseguem exaurir a realidade presente a cada minuto que se vive. Ainda bem que tive minha avó e os livros. A primeira sentava comigo no quintal e me fazia perceber o quanto a lua, as estrelas e o ambiente em volta era componentes essenciais pra me tornar uma pessoa integra, pois eu só podia conhecer a mim se eu tivesse capacidade suficiente de sentir a efemeridade do mundo. O segundo me colocou no caos pois a cada palavra havia sentimentos desconhecidos e que passei aos poucos a me apropriar e sentir as coisas de acordo com minha experiência sinestésica com eles. Tenho pena das lindas crianças que poderiam cultivar pra sempre esses olhinhos infantis diante do mundo. Queria muito ainda possuir a ingenuidade de seus corações e andar pelo mundo com os poros abertos sem nenhuma dor ou ferida. Vou pro lado de lá, pegar na mão do meu doce priminho e ver MARIA FUJONA e JOÃO a voarem por ai...

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