quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"Sofrer,para ele, o contemplativo,constituía o único meio de viver intensamente..."

Tentando adequar-me a liberdade de existir, ponho a ler os livros da Clarice Lispector, afim de enervar a alma. Sei bem o quanto para alguns parece clichê falar dela dessa forma tão íntima e como se o sentir só fosse possível sendo dotado de uns bocados de boas  leituras e musicalidade. No entanto, minha aproximação com essa autora se deu nos meados dos meus 15 anos e vai perdurar pelo resto da minha vida, não por uma forma de auto-promoção nas discussões pseudo-intelectuais mas como uma forma de encontrar-me no desconhecido dos dias. Hoje li um conto, "Obsessão", eu já tinha o lido alguns anos atrás quando eu estava imersa em uma relação bastante conflituosa e que naquele momento aquelas palavras não faziam sentindo. Agora, já com a finitude do relacionamento volto ao livro por um acaso e encontro todos os jogos sentimentais que um dia existiram naquelas páginas...ah, o encontro de si mesma na voz de um outro, vivenciado por um outro que não existe e nunca viveu de certo aqueles momentos mas que mesmo assim existe no plano das idéias. A mágoa, a obsessão, a imaturidade, tudo,tudo estava presente ali...!

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