quinta-feira, 31 de março de 2011



Muitas turbulências me ocorreram nesta semana, mas não seria conveniente ou mesmo interessante falar de casos tão prosaicos. Uso pouco o blog, até porque ele não é destinado necessariamente ao "grande" público, no entanto ele me serve como um lugar que eu posso desabafar e repensar certos fatos. Nessa semana sem querer, me deparei novamente com dilemas antes perpassados pela minha recente adolescência. Os dilemas consistem na presença do corpo como uma prisão da alma. É engraçado, mas assistindo o filme "Ma vie en rose(Minha vida em cor-de-rosa", as angústias do personagem principal, o Ludovic, me fizeram repensar sobre a possível dimensão ilimitada da minha alma e sobre o vazio da verdade. Diferente, do menininho eu não possuo crises de identidade sexual, sou muito resolvida por sinal. Porém, o sofrimento do garoto dentro daquele corpo e das limitações por ele causadas, me fizeram repensar sobre minha condição humana. :O Enfim, o filme por todos os seus detalhes e encadeamentos é perfeito.

Obs.: Texto postado em outro lugar no dia 26 de maio de 2010, mas que continua a ressoar na minha cabeça até hoje. Amo esse filme.

terça-feira, 29 de março de 2011

Afraid of the people

Muitas coisas andam me incomodando, mas o preconceito seja ele religioso, de gênero,sexual, racial estão a me trazer náuseas. Não aguento mais ver todas aquelas imagens do carnaval brasileiro, representado por uma mulher nua, muito menos as piadas sobre negros ditas por meus familiares, tão pouco as piadas sobre os subúrbios do Brasil,inclusive sobre onde moro. Quais princípios norteiam nossas vidas? será que devemos defender tanto nossa moral, ao ponto de perdermos nossa crítica? Chegamos ao ponto de contemplarmos com tanta maestria nossa vida, nossa beleza e as coisas fúteis que perdemos a sensibilidade de entender toda a dimensão humana. Somos necessariamente seres culturais, ou seja, toda a nossa história está pautada na forma com que construímos socialmente a realidade.Apesar disso,ainda nos coroamos reis da verdade e naturalizamos toda a história construída com muito suor,sangue e lágrimas por TODOS e TODAS. Lamento nossa personalidade narcizista e a forma pela qual pretendemos a todo instante anular a identidade do outro para que afirmamos nossas personalidades e nossos preconceitos.
Todas essas indagações eu devo as meninas "MULHERES COM ATITUDE" de um programa da ong GESTOS que todas as terças e quintas me fornecem além de carinho a compreensão desse mundo louco.

sábado, 26 de março de 2011

"Elas são minhas meninas"


Quando tudo se torna difícil e por vezes sem sentido, eu sempre coloco minhas mãos em cima das suas e criamos um mundo paralelo ao caos de nossos dias. Hoje vamos comemorar vossos 20 aninhos de profundas alegrias, tristezas e principalmente celebrar o nosso amor e companheirismo nesses anos. Amo vocês com toda a sutileza do meu ser. Parabéns as minhas meninas que exalam perfume de flores.

quinta-feira, 24 de março de 2011

"Meu eu torto"

Os dias se tornam cansativos e a o motor alucinante da vida não acaba por amenizar todas as angústias do cotidiano. Nossas vidas não estão mas em nossas mãos porque há algo que nos empurra para o abismo das obrigações. Mesmo que todas as atividades nos provoque um cansaço gostoso, sentimos necessidade de parar e saciar nossos desejos e dar todo carinho a quem amamos, mas só podemos sentar nos sofás e assistir a todos aqueles programas idiotas que embriagam e alienam nosso pensar. Cansaço,cansaço, és o nome do meu cotidiano.

"
Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...
"
Cecília Meireles- Noções