quinta-feira, 1 de março de 2012

Delicado

Queria jogar fora o lixo interior e me embrenhar em marés mais calmas. Embora o exercício de controlar a mente seja um esforço diário, me pego trazendo sentimentos passados( pro hoje) e fico remoendo e magoando meu âmago. Torno-me egoísta por crer na doação de si, só se for de forma recíproca. Não consigo me desapegar da moral individualista a qual enfatiza a apropriação dos sentimentos e da materialidade para o bem próprio. O outro, nada mais é que um posso de possibilidades para o crescimento individual. Os sentimentos são relegados ao segundo plano e o construído é extremamente superficial. O amor não é vivido de forma plena porque a posse desmedida e as noções estéticas/morais obscurecem o que poderia se tornar algo tão belo. Ahhh...tá bom, cansei de ser romântica, por hoje.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"Tu és o homem"

O mais difícil, agora, é chafurdar o passado em busca de compreender quem sou. Um misto de passado, presente e futuro dão um ar melodramático a minha personalidade. Não estou totalmente satisfeita com minha aparência externa e interna porque ainda não conseguir me desapegar as existências materiais e sentimentais. As amarguras/mágoas (banais) presentes no meu caminhar ainda doem muito e por vezes não sei o que fazer com elas. Não consigo jogá-las fora e seguir. Agora, só as sinto e deixo-as latejarem o quanto forem possíveis porque como aprende, "nada dura para sempre". Minha vida, meus sentimentos, meu corpo vão se fundir com o mistério do acaso e desapareceram...então, não vou ficar me prendendo a sentimentos fugazes e pensamentos auto-destrutivos. Ah vá lá, precisamos perdoar a si mesmos, todos os dias, por não podermos controlar o que pensamos e não aceitar a realidade posta diante de nós. Sempre esperamos que um milagre divino nos tire dos nossos lugares mas não fazemos nada para erradicarmos os erros, só porque nos foi dito que eles fazem parte de quem somos. Sinceramente, preciso arrancar meus erros, independente dos litros de sangue jorrados. Quero me ultrapassar, sentir a verdadeira felicidade trazida pelo amor e compaixão por mim mesma e pelos outros. Passar a ser menos intransigente com o outro que se fode muito pra construir algo de belo para ser feliz (mesmo que esse outro seja mesquinho e egoísta). Todos tem seu momento, não vou tentar forçar a "transformação/mudança" de ninguém, cada um vai percorrer sua estrada e se ajudar como puder e quiser.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Penso, logo não existo

Fazer uma sangria de si mesmo e descobrir em meio ao vermelho de sangue, como é impuro os pensamentoss. O coração pulsa e esse som ecoa na casa interior. Não é apenas a batida de um órgão, mas todas as suas trevas e luzes colidindo e tentando recriar o universo particular. Livrar-se de todo apego mundano e irracional, como se isso fosse a única saída para uma mente e um ser incerto. Correr sobre cada nervura do pensar e dissecar cada instante que se passa. Parar o turbilhão de desejos, mágoas, amor, paixão e deleitar-se com o vazio da impermanência. A transitoriedade do mundo resplandece em minha frente mas mesmo assim não consigo me apropriar dela...preciso eternizar os segundos,as pessoas, os cheiros e sabores...e nesse círculo viciosa alimento minha destruição, o ego.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Mata mi corazón

Existem sentimentos que lutamos por apagar de nossas memórias e estômago. São feridas expostas que fazem doer todas as suas entranhas. Você se sente sufocado, como se alguém tivesse colocando um saco plástico em sua cabeça, ou empurrando para você se afogar. O ego pulsa dentro de mim, querendo se apropriar de todas as sensações apreendidas pelos meus sentidos. Os objetos parecem ter uma realidade singular e meu eu não passa de uma negociação entre o externo e a realidade do meu universo particular. Mediar todos os dissabores que fui exposta e que me deixei levar...todos os rancores...tragá-los de uma só vez, com um único gole.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

...

Me deparei por vezes decepcionando a mim mesma por causa das máculas causadas por ações minhas e dos outros. Fiquei agindo como uma menina mimada, entrando e saindo dos meus sentimentos como se todo o universo tivesse que conspirar ao meu favor. Não entende a necessidade de sentir a solidão entrar nos poros e absorver toda alma e ver o quanto meu ego torna impossível qualquer realização positiva. Tornar minha personalidade consistente, era meu objetivo, no entanto eu vi como isso estaria engrandecendo um ego destruidor. Tudo é impermanente até mesmo a subjetividade. A mudança é essencial e só com muito sacrifício entende que não preciso eternizar quem eu sou, por capricho alheio.

domingo, 1 de janeiro de 2012

ano novo (2012)

Há dias que tocar a si mesmo é atordoante. Você sai tateando os erros e inventando novas verdades para se adaptar ao emaranhado de sentimentos existentes dentro de si. Você se abre pro acaso e percebe como a sua sensibilidade é algo puramente clichê e tudo que foi construído o tornará solitário. Não há ninguém pra desbravar seus tormentos porque eles são inteligíveis e ambíguos. O silêncio percorre todo o corpo e só é possível sentir o sangue percorrendo nas veias e um peso pairar sobre a cabeça. O exterior passa a ser compreensível e o mistério passa a ser o universo interior. Deus? quero sentir Deus acalmar a minha pulsação...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"Speake for me"

Eu canto meus lamentos através da percepção silenciosa. Vou tateando minhas entranhas pra fazer uma sangria   das minhas paranoias existenciais. Procuro me conter nos acontecimentos presentes e no sentir do pulsar do meu coração resplandecendo coisas boas pra mim e para os outros. Tento me reinventar a  cada dia como se minha morte estivesse próxima...até que chego a conclusão...que eu morro a cada minuto, me transformo a cada segundo...Tenho medo do desconhecido de mim, da realidade por trás das máscaras do mundo. Como uma forma de protesto contra os "insensíveis", dou minha cara a tapa e sangro o quanto for preciso para demonstrar que posso alcançar a realidade a partir das minhas experiências subjetivas com meu eu e com o entorno. Calo minhas agonias de ser, porque se tornou clichê demonstrar ter profundidade de espírito. Você se torna a menininha desajustada e entediante...Pensando bem até que seria interessante ser enquadrada nesses arquétipos.