quinta-feira, 21 de abril de 2011

shine in the dark


Meu estômago está doendo, são muitos turbulações e tristezas acumuladas. Parece fácil acordar de manhã e contemplar o mundo como ele fosse a casa construída para nossa"feliz" moradia, mas acabamos por perceber que as cicatrizes da existência vai cravando suas marcas na nossa pele com tanta profundidade que ao tocarmos nosso ser, só sentimos dor e medo. As pequenas felicidades, as pessoas que o destino vai colocando em nossas vidas acabam por acalentar nosso desejo de auto-destruição e vai cicatrizando nossas feridas com o amor construído com muito carinho. Essa semana uma tristeza sem nome acometeu meu coração e só meu amor e dedicação pelas pessoas que amo me fizeram ver as possibilidades de felicidade nesse mundo feito de muita dor. As amo com total zelo e fidelidade que mesmo sabendo da transitoriedade da vida e da impermanência das coisas, continuo a ama-las com toda força que existe em mim. Me sinto leve, me sinto contemplada por saber da existência de pessoas lindas pertencerem a minha vida. Obrigada por existirem, meus queridos familiares e amigos.

domingo, 17 de abril de 2011

ANOTHER LOOK

Sempre quando coloco em qualquer lugar que sou feminista e que como muitas mulheres estamos na luta pela erradicação da desigualdade entre homens e mulheres, sou tachada como "puta louca","lésbica" e etc. Ninguém sabe ou mesmo nunca percebeu,ou foi impedida de analisar o sofrimento e a forma como somos mutiladas todos os dias por uma sociedade que construiu elementos de invisibilidade para as mulheres e suas reinvidicações. Só para ilustrar a problemática, coloquei um post acerca do caso da escola no rio de janeiro, para podermos pensar em outrosviesses dessa trágica história...


"FEMINICÍDIO: O NOME DO CRIME...

A tragédia de Realengo despertou um arsenal de questionamentos que servirá de pauta para preencher o dia inteiro da televisão por um doloroso tempo. Nos preparemos para ter na manhã com Ana Maria, na tarde com Sônia Abrão, nas noites com jornais nacionais e finais de semanas fantásticos , reportagens sobre os perigos do fanatismo religioso, as conseqüências do bullying, necessidade de maior proteção nas escolas, e, até mesmo, a superioridade física masculina que permitiu aos meninos escaparem do assassino que aparentemente estava atirando a esmo.Mas não demorou muito para as crianças sobreviventes esclarecerem que ele atirava nas meninas para matar. Nos meninos, para machucar. Dito isso, as matérias passam aos pontos seguintes, agradecimentos aos policiais e história do assassino. Como ignorar relatos que o homem estava lá para matar apenas mulheres? Proponho um exercício, vamos mudar uma palavra do discurso das testemunhas e sentir os efeitos: “Ele atirava nos negros para matar. Nos brancos só pra machucar.” Qual elemento novo que surge? Racismo, claro. Crime de ódio aos negros. Logo, o que aconteceu tem nome também. Não foi um crime voltado às crianças, foi Feminicídio. Crime de ódio às mulheres. Matou uma dezena que representa todas as mulheres da sociedade. Morrer pela cor da sua pele é mais revoltante do que morrer pelo sexo que carrega?Todos os dias no blog relatamos casos de feminicídio no Brasil. O termo é mais comumente aplicado ao assassinato de mulheres resultante direto da violência doméstica e/ou sexista (até mesmo pela sua frequência). As “justificativas” para o ato são diversas: ela queria me deixar, ela não quis me beijar, ela não cozinhou o feijão. Mas a essência é uma só: homens que vêem mulheres (muitas vezes sem plena consciência disso) como seres inanimados e que existem unicamente para seu dispor, quando se recusam a essa condição ou não a exerce da forma como deveria, são descartadas. O mesmo acontece com os estupros seguidos de morte. Uma vez cumprido o propósito, a vítima não mais merece viver, seja para não reconhecer o criminoso mais tarde, seja para completar o ritual de sadismo. Não tenho a intenção de aqui de simplificar crimes complexos como esses, apenas alertar para a recorrência e a sua natureza em comum: o machismo. O machismo é uma doença social, um problema de todos. O feminicídio é o expoente máximo desse sistema de desigualdade de gênero, mas a sociedade inteira contribui para a sobrevivência dessa condição em outras atitudes, seja na conivência com violência doméstica, nos programas de televisão sexistas ou ensinando que azul é de menino e rosa é de menina.A tragédia de Realengo é um exemplo ainda mais cru do que é o feminicídio. Em casos de violência doméstica o crime esbarra nas barreiras do privado, e nos estupros nos mitos da sexualidade humana e cultural. Nessa situação tudo está mais explícito. O autor do crime explicou seu alvo. Agora temos uma prova irrefutável, indigesta: dez meninas assassinadas pela arma de um homem que deixou bem claro qual era seu propósito. Feminicídio é o nome. Fe-mi-ni-cí-dio. Aprenda a usá-lo ou seja mais um a conviver com 10 cadáveres juvenis femininos debaixo do tapete. Do seu tapete."
Texto retirado do site: http://machismomata.wordpress.com/


Read more: Admirável Mundo Velho http://manu-leite.blogspot.com/#ixzz1JpktOyv8"

sábado, 2 de abril de 2011


Eu não vou conseguir dormir até pensar sobre isso, não vou conseguir respirar sem poder acalentar uma pessoa que amo muito e está passando por um momento difícil. Eu sempre tenho alguma frase improvisada, os ombros a postos, mas dessa vez me sinto paralisada, pensante, angustiada. Penso, nas dores de nossas almas e o insuportável peso que muito de nós devemos carregar. As drogas, para muitos podem colocar os sentimentos em caixas pretas e deixá-las em um canto escuro da alma, mas a sempre o momento em que vamos abrir nossas caixas de pandora e acabamos por nos definhar nos mares de sofrimento. Nesse momento, como diz Camus, somos levados a questionar o por que de estarmos vivos.Fico imaginando, como uma pessoa que passou por dores imensuráveis consegue acordar todos os dias, sem ter uma força divina a quem possa se apoiar, ou mesmo sem ter pessoas a quem possa estender o coração. Estou sem palavras, só consigo escutar o meu dolorido peito e desejar toda a sorte do mundo para meus primos que amo tanto e estão passando por um momento difícil, a qual, acredito eu, se resume em entender o sofrimento dos seus entes queridos e estender-lhes as mãos no caminhar de suas existências, nesse plano, no outro plano, ou mesmo das lembranças guardadas em seus corações.