sábado, 21 de maio de 2011

Sigo levemente pelas tardes cálidas...

Não preciso parar o tempo, mumificar as lembranças. Sou um misto do que fui e do presente. Nenhuma fotografia, ou mesmo poesia, pode captar as mudanças do tempo...do tempo presente, marcado pelo sangue e lágrimas de anos. Anos a fio, anos sem amor,anos possessivos,anos de medo...anos de intensa,profunda,atordoante mudança. Meu pesar não seria tão leve, se não tivesse sido cravado "a frio,ferro,fogo,em carne viva" nas entranhas da minha existência. Minhas fraquezas e forças estão mais nítidas. Não ficarei mais submetida aos acasos dos dias e nunca mais me abandonarei por ai...Vou sentir o leve pesar do amor quando eu bem quiser...do meu modo. Sofrer? só quando me permitir sentir isso. Não serei mais aquela a chorar na madrugada com saudade de si mesma porque acabou sendo uma passiva dentro de sua própria vida. Leveza,leveza, eis o nome do meu momento.

sábado, 7 de maio de 2011

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Não compreendo a temporalidade da vida e nem sua dimensão transcedental. Busco fortemente, adequar minha dimensão humana no turbilhão de sentimentos e expectativas que tenho diante de nossa existência. Sempre estou na corda bamba entre o
constante e o inconstante, pois pra mim só a partir dessa dualidade posso me transformar ,e melhor dizendo, transpor a mim mesma. Dispo-me dos rótulos, pois não pretendo ser aquela a ser discriminada ou catalogada por sem quem sou. Não quero estereótipos ou classificações, quero ser absorvida naturalmente pelo exalar dos meus sentimentos e atitudes que por oras ou outras agradaram ou não.Preciso ser um impasse, uma dualidade para assim conquistar o equilibro.

By Anabelly Brederodes

"... o monstruoso não é que homens tenham criado rosas com este monte de esterco, mas que, por uma ou outra razão, tenha desejado rosas. Por uma ou outra razão o homem procura o milagre e, para realizá-lo, chafurda no sangue. Corrompe-se com idéias, reduz-se a uma sombra, se por um único segundo de sua vida fecha os olhos à hediondez da realidade. Tudo se suporta, desgraça, humilhação, pobreza, guerra, crime, ennui – na crença de que, da noite para o dia, algo acontecerá, um milagre, que tornará a vida tolerável. E durante todo o tempo um mediador está correndo lá dentro e não há mão que possa alcançá-lo lá e fazê-lo parar. Durante todo o tempo alguém está comendo o pão da vida e bebendo o vinho, algum padre sujo e gordo como uma barata que se esconde na adega para emborcá-lo, enquanto lá em cima, na luz da rua, uma hóstia fantástica toca os lábios, e o sangue é pálido como a águia. E do interminável tormento e miséria, nenhum milagre surge, nenhum vestígio microscópico sequer de alívio. Só idéias, pálidas, e atenuadas idéias que precisam ser engordadas por carnificina; idéias que saem como bílis, como as entranhas de um porco quando se abre a carcaça."(Henry Miller- trópico de câncer)